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01 – Jesus e o julgamento

POUCOS DIAS ANTES do natal de 2017, exatamente um ano atrás, no dia 22 de dezembro, o marceneiro Nelson Neves de Souza Jr., de 29 anos, recebeu uma ligação de uma tia no meio do expediente. A polícia procurava por ele. Naquele dia, Nelson foi do trabalho direto para casa, na favela Vila Sônia, em Praia Grande, no litoral paulista, para “entender o que estava acontecendo”. Ao chegar, foi imediatamente levado para uma delegacia por agentes da Polícia Civil. Só voltou para casa seis meses depois.

“Eu estava numa cadeia e não sabia por quê. Perguntava, buscava respostas, mas só me diziam que alguém da justiça iria falar comigo. Mas ninguém nunca foi”, conta, ao descrever o processo digno de Kafka a que foi submetido – no livro do escritor tcheco, um homem acorda e descobre que está sujeito a um longo e incompreensível processo sem que seja especificado em que crime estaria envolvido.

CONFUNDIDO COM ASSALTANTE QUE ROUBOU R$ 50, NELSON FOI À DELEGACIA. SAIU 6 MESES DEPOIS.

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Bibliografia Sugerida

O Evangelho Segundo o Espiritismo

  • Bem-aventurados os que são misericordiosos
  • Bem aventurados os aflitos
  • Fora da caridade não há salvação

Novo Testamento

  • Lucas 6
  • Mateus 7

Reflexões sobre o tema

Diante dos desafios e dilemas que a vida nos propõe, facilmente julgamos aqueles que estão à nossa volta. Usamos nossos conjuntos de crenças e valores e “marcamos” aqueles que se portam de maneira diferente daquela que entendemos como sendo a postura adequada.

Pensam alguns que, estando-se na Terra para expiar, cumpre que as provas sigam seu curso. Outros há, mesmo, que vão até o ponto de julgar que, não só nada devem fazer para as atenuar, mas que, ao contrário, devem contribuir para que elas sejam mais proveitosas, tornando-as mais vivas. Grande erro. É certo que as vossas provas têm de seguir o curso que lhes traçou Deus; dar-se-á, porém, conheçais esse curso? Sabeis até onde têm elas de ir e se o vosso Pai misericordioso não terá dito ao sofrimento de tal ou tal dos vossos irmãos: “Não irás mais longe?” Sabeis se a Providência não vos escolheu, não como instrumento de suplício para agravar os sofrimentos do culpado, mas como o bálsamo da consolação para fazer cicatrizar as chagas que a sua justiça abrira? Não digais, pois, quando virdes atingido um dos vossos irmãos: “É a Justiça de Deus, importa que siga o seu curso.” Dizei antes: “Vejamos que meios o Pai misericordioso me pôs ao alcance para suavizar o sofrimento do meu irmão. Vejamos se as minhas consolações morais, o meu amparo material ou meus conselhos poderão ajudá-lo a vencer essa prova com mais energia, paciência e resignação. Vejamos mesmo se Deus não me pôs nas mãos os meios de fazer que cesse esse sofrimento; se não deu a mim, também como prova, como expiação talvez, deter o mal e substituí-lo pela paz.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo – Bem aventurados os aflitos – item 27

Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, Ele aponta essas duas virtudes como as que conduzem à eterna felicidade: “Bem-aventurados”, disse, “os pobres de espírito”, isto é, “os humildes, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros.” Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, Ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura

O Evangelho Segundo o espiritismo – Fora da Caridade não há salvação – item 8